Um Relato...
- AnsiedadeCotidiana
- 16 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
Recebi um lindo relato de uma seguidora. Lindo, porque mostra a força que ela tem, dentro de todo o transtorno que ela está passando é forte e quer

"Boa noite. Gostaria de compartilhar a história e os momentos que vivenciei nos últimos 4 meses. Começou com problemas gástricos, e foi de mal a pior. Até convencer minha mãe que não era besteira, que eu tinha crises, que eu chorava e gritava “não aguento mais”, foi muito difícil. Quando finalmente consegui procurar um psiquiatra, fui diagnosticada com transtorno de ansiedade e depressão profunda, ele passou um ou dois remédios e mandou esperar. Esperei muito, mas nada fazia efeito.
Eu não dormia mais, não conseguia comer direito, mas estava na luta. Resolvi contar ao meu melhor amigo, afinal me conhecia a tanto tempo, claro que me entenderia. Ao contrário, ficava chamando de drama, besteira e frescura, mas continuei aturando. Tinha crises diárias e quase desmaiava por não conseguir respirar. Ninguém levava mais a sério. Meu amigo espalhou para nosso grupo de amigos e tudo piorou muito.
Uma “amiga” se infiltrou no grupo (que no caso era eu e mais três meninos, incluindo meu melhor amigo) e a cada dia eles se afastavam mais de mim. Continuei lutando e indo atrás, por muito tempo. Eu não aguentava mais. Tudo tinha piorado, eu não tinha mais ninguém ali do meu lado nessa situação. Começaram a me excluir, a não me ouvir, a me tratarem como indiferente. Eu REALMENTE não aguentava mais, era muito sofrimento, durante as crises chorava muito, gritava e me arranhava até sangrar.
A partir daí procurei outro psiquiatra, que me entupiu de remédios e me deixou afastada de todas as atividades por “alto risco de suicídio”. Foi um alívio no começo, mas acabou só causando mais preocupações, mais culpa, pensando em tudo que poderia estar fazendo enquanto ficava jogada num sofá no escritório da minha mãe. Já tinha se passado um mês e ninguém me procurou, então fui procurar meu melhor amigo. Parecia que ele tinha sofrido uma lavagem cerebral, me tratou mal e queria brigar.
Até falou mais uma vez que “era só coisa da minha cabeça.” Ninguem entendia, e apenas os mais próximos a mim tinham alguma informação. Conseguia notar o julgamento no olhar deles. Passei a não querer ver ninguém e ficar cada vez mais enfurnada no tal escritório. Fui um último dia à aula apenas para me despedir de um professor que gostava muito, mas aquilo foi um terror. Tudo que poderia dar errado deu: gritos no meio de aula, correr para o banheiro, chorar enquanto o professor falava.
Ainda fui acusada de ser a rainha do drama por estar triste por ter perdido meu melhor amigo. Aquilo era um tipo de luto pra mim, ele era como um irmão, e passou a me tratar como indiferente.
Hoje em dia continuo entupida de medicação, não dormindo bem, sofrendo, mas sei que sou forte e conseguirei superar todos esses problemas.
Gostaria que a história chegasse a outros que, assim como eu, precisam saber que não estão sozinhos nessa luta".
Linda, Obrigada por compartilhar conosco sua historia!
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